Tráfego de carga pesada na BR 262 e Estrada Parque Piraputanga é debatido na ALEMS
O deputado estadual Paulo Duarte (PSB) apresentou nesta quinta-feira (4), requerimento a ser encaminhado para a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) solicitando informações detalhadas sobre o aumento significativo de tráfego de caminhões tritrens para transporte de eucaliptos na Rodovia MS-450. A rodovia estadual também é conhecida como Estrada Parque Piraputanga, foi idealizada com finalidade turística e está localizada no lado sul-mato-grossense do bioma pantaneiro.
Nos últimos dias, o deputado Paulo Duarte recebeu inúmeras denúncias e reclamações de moradores da região sobre o aumento do tráfego de veículos pesados. Reportagem publicada recentemente, também faz um alerta sobre o transporte de eucaliptos na localidade. De acordo com o parlamentar, a Estrada Parque Piraputanga é área de proteção ambiental e contribui para impulsionar o turismo local, no entanto tem se transformado em rota de escoamento de eucalipto. Diariamente, cerca de 20 caminhões carregados com a madeira trafegam na via.
“Moradores e empresários da região estão preocupados com a degradação da Estrada Parque de Piraputanga. A empresa Suzano vai transportar da Fazenda Lageado, aproximadamente, 40 mil metros cúbicos de madeira de eucalipto por mês”, esclarece o deputado. “Precisamos saber se há previsão de obras de adequações na rodovia MS-450 para suportar o tráfego pesado de caminhões e também se a Suzano irá contribuir de alguma forma com essas adequações”, continua Duarte.
Depois de apresentar o requerimento solicitando explicações sobre o que está sendo feito para mitigar os impactos do transporte de carga pesada de madeira na Estrada Parque de Piraputanga, Paulo Duarte fez uso da tribuna para cobrar ações imediatas “no sentido de manter um olhar cuidadoso para o desenvolvimento econômico, mas de forma sustentável, preservando o que temos de mais bonito e importante no nosso meio ambiente”.
Em seu discurso o deputado estadual Paulo Duarte ressaltou que “a região da Estrada Parque de Piraputanga tem um potencial fantástico, com perspectivas muito claras de crescimento turístico e econômico por conta do seu ambiente muito bem preservado. Estamos em um dilema e precisamos resolver essa equação, debatendo os impactos e buscando soluções que satisfaçam todos os setores envolvidos”.
De acordo com Paulo Duarte, nos últimos anos, Mato Grosso do Sul tem registrado um crescimento econômico acima dos níveis da média nacional. Por outro lado, esse crescimento traz consigo a responsabilidade de equilibrar o desenvolvimento com a preservação ambiental. “Não estamos falando em impedir o crescimento e o desenvolvimento econômico e social do nosso Estado, mas é necessário que haja uma colaboração conjunta, do poder público e da Suzano, que tem investido maciçamente no MS, para evitar prejuízos maiores para quem mora, trabalha e tira seu sustendo da região”.
O parlamentar lembra que situações como essa são comuns em todo o Estado e cita como exemplo o município de Corumbá e a extração de minério de ferro. “A BR 262 corre um sério risco de ser destruída, principalmente no trecho de aterro que vai de Corumbá até Miranda, passando pelo Buraco das Piranhas. Hoje, por causa das mudanças climáticas e baixo nível do Rio Paraguai toda extração de minério que era feita por hidrovia, tem sido escoada pela estrada”, lamenta. Para Paulo Duarte a única solução capaz de reduzir os impactos do desenvolvimento econômico na região pantaneira é investir pesado na recuperação da ferrovia. “A BR 262 está sendo aos poucos deteriorada, com risco às pessoas que trafegam pela rodovia e risco para toda a fauna pantaneira. Quem passa ali presencia um cemitério a céu aberto de animais silvestres. A BR 262 não foi projetada para o trafego pesado da carga de minério. A duplicação também é inviável, por questões ambientais. Nesse caso específico a única saída é a recuperação da malha ferroviária, que o governo do estado já tem tratado. Esses são dois dilemas que trago e que precisam caminhar paralelamente: o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade ambiental”, finaliza.