Fonoaudiólogo acusado de estupros não deixava pais acompanharem consultas

Fonoaudiólogo acusado de estupros não deixava pais acompanharem consultas

Preso em flagrante por estupro, em Campo Grande, o fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho não deixava os pais participarem das consultas com as crianças, geralmente menores de 8 anos.

Mãe uma criança de 2 anos, uma mulher de 21 anos contou ao TopMídiaNews que Wilson era bem convincente. “Ele fala que seria essencial para o desenvolvimento da criança [estar sozinha], pois algumas crianças se acuavam quando os pais estavam junto”.

Segundo a mãe, que prestou depoimento da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), não é possível saber se seu filho foi abusado porque ele tem dificuldade na fala.

Ela chegou a ouvir a criança gritar, mas achou que era normal porque o menino se irrita com certa facilidade e podia estar apenas brincando com o material disponível no consultório. No entanto, em retrospecto, conta que o fonoaudiólogo trabalhava de forma diferente de outros profissionais.

“Meu filho consultava com outra fono. Quando eu entrei na sala, ele até falou que não gostava de trabalhar com celular e o método dele é diferente, mais conversando com a criança. O chão é emborrachado, tatame, e ele ficava brincando com as crianças. Ele foi bem diferente, mas falava que a gente ia conseguir, ele [meu filho] ia começar a falar”.

Mesmo assim, Wilson prometia entregar vídeos das sessões e sempre perguntava sobre o acompanhamento em casa, se a criança conseguiu falar alguma coisa. A jovem mãe ficou assustada quando soube da prisão do profissional e imediatamente procurou a polícia. Na delegacia, encontrou outras famílias preocupadas com os filhos.

Até o momento, ao menos quatro abusos teriam sido confirmados pela polícia e outras famílias ainda vão prestar depoimento. Wilson foi preso em flagrante, na última quarta-feira (9), após denúncia dos pais de um menino de 8 anos. A criança contou sobre os abusos para a família, que a orientou a gritar e correr em caso de comportamento estranho.