Prefeitura vai ao MPE por justiça na distribuição de vacinas da Janssen em MS

Prefeitura vai ao MPE por justiça na distribuição de vacinas da Janssen em MS

Por justiça na distribuição de vacinas aos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, o prefeito da Capital Marquinhos Trad protocolou, nesta sexta-feira (2), um Pedido de Providências em caráter de urgência expressa para o Estado rever a remessa de 80% das 207.050 doses do imunizante a apenas 13 cidades. Junto com outros 65 municípios, Campo Grande terá que dividir apenas 20% do total das doses.

O pedido entregue ao MPMS demonstra que essa proposta de pesquisa em municípios de fronteira, apresentada pelo Executivo Estadual ao Governo Federal, fere o princípio de proporcionalidade. Parecer do Ministério da Saúde aponta que a distribuição de vacinas deve ser proporcional à população de cada município.

“Pesquisa não salva vidas, mas a vacina sim”, disse o prefeito de Campo Grande, ao entregar pessoalmente o documento ao Procurador Alexandre Magno Benites de Lacerda.

As justificativas técnicas apresentadas no pedido da prefeitura, demonstram que a decisão do Governo Estadual na criação de um cinturão sanitário na faixa de fronteiras, imunizando em massa apenas 13 municípios, não levou em consideração o tamanho da população, porcentagem de grupos prioritários, números de casos confirmados da doença, de imunizados e de óbitos, entre outros fatores, que colocam a capital do MS como a melhor plataforma para o estudo científico sobre a efetividade da vacina da Janssen para a nova variante Gamma (P1). O estudo demoraria em torno de 10 anos para ficar pronto.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), se distribuído igualitariamente em todo o Estado, o lote de imunizantes baixaria a vacinação por idade em Campo Grande para 30 anos. Tal medida seria de extrema contribuição para aliviar o sistema de saúde já que os dados atuais de contágio da Covid-19 apontam que a faixa etária de 30 a 40 anos é que tem mais se contaminado e, consequentemente, ocupando leitos e sobrecarregando os hospitais.

Outro fator que precisa ser levado em consideração quanto à destinação de doses, é de que a doença chegou a Mato Grosso do Sul e a Capital por pessoas que vieram do exterior pelo aeroporto e não pela fronteira. Então, o risco é maior de novas variantes chegarem pela Capital. Campo Grande recebe voos com pessoas vindo de outros países, diariamente.