Há um ano parados, empresários do setor de eventos pedem criação de Programa Emergencial
Primeiro a paralisar suas atividades com a pandemia do coronavírus, o setor de eventos tem sido duramente atingido em Mato Grosso do Sul. Nesta quarta-feira (14), empresários que atuam no ramo entregaram aos vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande uma proposta de Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos, que visa socorrer os trabalhadores que atuam na noite e, há um ano, estão sem emprego.
“Vários setores rodeiam o setor de eventos, não apenas show. É teatro, música, formaturas, casamentos, aniversários, entre outros. Está um colapso. Aguentamos calados e agora chegou a hora de pedirmos um suporte para nosso setor. Precisamos de um olhar da Câmara conosco. Éramos tratados como causadores do vírus. Estamos há um ano parados e o vírus está rodando, não é culpa nossa”, disse o empresário Jeferson Junior Teixeira, mais conhecido como Ninho.
Segundo o Ministério do Turismo, a indústria brasileira de eventos movimenta cerca de 13% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, em torno de R$ 854 bilhões, conforme dados de 2018. O evento, segundo os empresários, envolve uma enorme cadeira de prestadores de serviços, como artistas, promotores, técnicos de som, agências de publicidade, gráfica, buffet, entre outros. Somente em Mato Grosso do Sul, são cerca de 5 mil empregos diretos e outros 15 mil indiretos.
“Nosso setor foi o primeiro a ser fechado, e será o último a ser aberto. Estamos há um ano sem trabalhar. Queremos, pelo menos, trabalhar com capacidade reduzida em um teatro. Queremos respeitar as normas de biossegurança. Estamos com as maiores dificuldades financeiras, dispensando funcionários. A dificuldade é muito grande”, lamenta o empresário Pedro Silva.
O programa proposto prevê parcelamento de débitos existentes junto à Prefeitura, com abatimento de juros e multas, linhas de crédito, entre outros. Segundo o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlão, as demandas serão encaminhadas à Prefeitura.
“Vamos analisar o documento, todos vão assinar, e encaminhar ao prefeito. Dentro do ofício, ver o que é possível ser atendido pela Prefeitura. O setor gera muitos empregos, distribui renda, e a Câmara tem que atender. Além de ser importante, é a cara de Campo Grande, já que muitos artistas de renome nasceram aqui. A Câmara vai apoiar, dar uma resposta certa para eles”, garantiu.